NÔS IDENTIDADE
São Vicente

Os mitos e as histórias fazem parte da Cultura de um povo, contribuindo, em certa medida, na formação da identidade dessa Sociedade. Falar de São Vicente sem falar das suas histórias e mitos é impensável. A ilha contém uma imensa riqueza de histórias guardadas e contadas pelos nossos avós e por pessoas sábias mas que, com o passar dos anos, se têm vindo a perder da memória coletiva do Povo.

Este novo projeto “NÔS IDENTIDADE” irá retratar de forma original e criativa a história de todas as ilhas do arquipélago através de frases, desenhos e simbologias que serão disponibilizados num pacote, t-shirt + folheto digital + saco ecológico.

O conceito da marca Sintonton Séb teve como origem "retratar o que há de melhor em Santo Antão" tendo nesta nova fase, valorizar e preservar o legado histórico de Cabo Verde.


Nota: A presente T-shirt sobre São Vicente está sujeita a novas edições, sendo impossível contar toda a história da ilha numa única simbologia.

Djeu

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O Ilhéu dos Pássaros em (Crioulo cabo-verdiano), “Djeu”, é um ilhéu com 82 metros de altitude situado a cerca de 3,5 km a noroeste da cidade do Mindelo e fecha geograficamente a Baía natural do Porto Grande. O ilhéu hospeda o farol de D. Luís, também conhecido por farol do Ilhéu dos Pássaros ou farol de Porto Grande, inaugurado a 15 de Julho de 1882. É uma torre branca hexagonal em forma de pirâmide truncada, com lanterna vermelha e cinco metros de altura.

Baía do Porto Grande

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Porto natural formado pela cratera submarina de um vulcão, com cerca de 4 km de diâmetro e águas profundas que serve de escala transatlântica para navios de todas as nacionalidades. Outrora, o Porto foi base de várias companhias carvoeiras com o intuito de abastecer os barcos nas suas viagens transatlânticas. Num curto espaço de tempo, viria a tornar-se numa das principais fontes de receita do arquipélago. Porto Grande é uma baía que carrega muitas histórias incríveis.

Rua de Lisboa

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Rua de Lisboa é de longe, sem dúvida, a rua mais importante e famosa do Mindelo. O património histórico do local é bem preservado, existindo bons restaurantes, frequentes animações com música ao vivo e, sobretudo, uma agradável convivência com a gente nativa numa atmosfera única e indissociável do calor humano e da hospitalidade. Nenhuma outra rua ou sítio de São Vicente rivaliza em fama e história com a Rua de Lisboa.

Ribeira Bote

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O mês de Setembro é considerado o “mês de Ribeira Bote”, isto para relembrar o ano de 1974, um ano antes da independência do país, em que os moradores da zona enfrentaram militares portugueses que pretendiam invadir a zona, porque os residentes a auto-denominavam como “Zona Libertada”. Situado na periferia, perto do centro da cidade do Mindelo, Ribeira Bote é uma comunidade cheia de história, sendo a primeira zona libertada de Cabo Verde e também o local onde começou a revolução do capitão Ambrósio. Berço de artistas nas áreas da música, futebol, ténis e ainda dos famosos mandingas que saem pelas ruas do Mindelo na altura do Carnaval.

Peixeira e Pescador

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A Classe desempenha o papel importante no setor da pesca no desenvolvimento da ilha de São Vicente. A profissão propõe-se o importante desafio de movimentar a economia local e preservar o ambiente nas épocas de desova, regras que são respeitadas pela classe. A pesca artesanal e semi-industrial são as que vigoram. As nossas peixeiras fazem a venda e distribuição do pescado pela cidade. Mulheres e homens de fibra marcados pelo quotidiano de luta e superação, procurando incansavelmente o seu sustento. No dia 5 de Fevereiro celebra-se o dia nacional do pescador em Cabo Verde.

Praça Nova

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Por decreto-lei de 1891 a antiga Praça Dom Luiz (primeira praça de São Vicente) foi cedida e demolida para a construção dos depósitos de Carvão e, em compensação, construiu-se a Praça Serpa Pinto em 1895. A construção desse novo espaço foi muito controversa não sendo muito frequentado no início e passou a ser chamado pelo povo como Praça Nova, porque veio substituir a velha. Desde a sua construção tem sofrido várias modificações e requalificações no coreto que abrigava a banda musical e jardins. A Praça Nova soube atrair para perto de si todos e com o tempo tornou-se no coração da cidade, o principal ponto de encontro da sua gente.

Baía das Gatas

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Baía das Gatas é uma baía natural e fica a menos de 10 km a leste da cidade do Mindelo. O nome desta baía deriva da abundância nas suas águas de uma espécie de tubarão denominado tubarão-gata. No local, desde 1984, o Festival Baía das Gatas, de referência internacional, realiza-se no primeiro fim-de-semana de lua cheia do mês de Agosto. Começou por ser um encontro entre amigos que se reuniam na praia para compor e tocar música. Cresceu de ano para ano, até se tornar atualmente num dos melhores eventos musicais do país. Todos os anos chegam de vários pontos do globo artistas de renome, bem como artistas nacionais para esta grande festa, com uma variada programação cultural e de desportos náuticos. O evento atrai não só pessoas de todo o arquipélago, como também de países estrangeiros, formando uma enorme moldura humana pelos dias do festival.

Eden Park

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Começou a funcionar em 1922 e contribui-o para a educação, instrução e entretenimento de várias gerações de cabo-verdianos, sobretudo numa época em que não havia televisão e muito menos os atuais recursos das tecnologias de informação. Foi casa de espetáculos e de muitas atividades culturais, nomeadamente concertos musicais, teatro, dança, bailes carnavalescos, entre outros.

Monte Verde

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O ponto mais elevado de São Vicente com 774 metros de atitude, proporciona uma vista deslumbrante sobre toda a ilha e as suas baías. Daí, a vista corre desde a Baía das Gatas, passando pela Praia Grande até à cidade do Mindelo com o seu porto. Ao fundo vê-se a majestosa silhueta da vizinha ilha de Santo Antão, assim como as mais afastadas de Santa Luzia e São Nicolau. É um ponto de passagem obrigatório para quem visita a ilha de São Vicente e destino de fim-de-semana muito popular ― apenas a 15 minutos de distância de carro da cidade. O local possui clima bastante fresco e agradável, albergando algumas raras espécies endémicas de plantas.

B. Leza

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Francisco Xavier da Cruz (B. Leza ou Beléza) nascido em São Vicente (1905-1958) foi um dos mais importantes músicos de Cabo Verde. Devido ao conhecimento musical, B.Leza inovou na morna e utilizou frequentemente os cabos de passagem (conhecido como o meio-tom brasileiro). Ele escreveu vários poemas que apareceram na revisão da revista Claridade. O seu estilo e trabalho, começaram a ter reconhecimento nos anos 50, onde viria a marcar a música cabo-verdiana durante os próximos vinte anos. Ele compôs dezenas de mornas, as mais famosas intituladas Eclipse, Miss Perfumado, Resposta de Segredo Cu Mar e Lua Nha Testemunha.

Luís Morais

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Nascido no Mindelo (1934-2002), compositor, flautista, saxofonista e clarinetista, fundador da "Escola Musical do Mestre Luís Morais." Aos 14 anos, integrava já a banda do Mindelo, atuando na Praça Nova ou até em bares e festas conjuntamente com a família e amigos, interpretando mornas, coladeiras, salsas, batucadas e valsas. Oriundo de uma família de músicos, deu um grande contributo no estilo de música instrumental de Cabo Verde até ao último momento da sua vida e passou a ser considerado o Embaixador da Música de Cabo Verde. A obra de Morais passa pelos estilos tipicamente cabo-verdianos, assim como pelo choro, samba e pela bossa nova do Brasil. Durante a sua longa e prestigiada carreira, notabilizou-se como um virtuoso executante de instrumentos de sopro, entre os quais saxofones (alto e tenor), clarinete e flauta. Foi o mentor do famoso conjunto “Voz de Cabo Verde” com o qual percorreu o mundo como solista e diretor musical.

Cesária Évora

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Natural do Mindelo (1941-2011) foi a cantora de maior reconhecimento internacional de toda a história da música popular cabo-verdiana. Apesar de ser sucedida em diversos outros géneros musicais, Cesária Évora foi maioritariamente relacionada com a morna, por isso, também é apelidada de "rainha da morna". Era conhecida como a diva dos pés descalços pelo costume peculiar de fazer as suas preformances musicais com os pés no chão.

Mindelact

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A Associação Artística e Cultural – Mindelact é uma organização não-governamental – ONG, fundada em 1996, de carácter artístico e social, sem fins lucrativos e que visa essencialmente o desenvolvimento e a promoção das artes cénicas em Cabo Verde, estando a mesma ligada essencialmente ao teatro. A Associação forma jovens nas diversas disciplinas ligadas às artes cénicas e apoio à Educação Artística em matéria de documentação para estudo, tendo lançado no mercado a revista Mindelact- “teatro em revista.” Decorre todos os anos no mês de Setembro, o principal evento teatral de Cabo Verde. Teve a sua primeira edição em 1995 só com a participação de grupos nacionais. Em 1997 internacionalizou-se.

Manuel Lopes

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Nascido em São Vicente (1907-2005) foi um ficcionista, poeta e ensaísta e um dos fundadores da moderna literatura cabo-verdiana que, com Baltasar Lopes da Silva e Jorge Barbosa, foi responsável pela criação da célebre revista Claridade. Manuel dos Santos Lopes escrevia os seus textos em português, embora utilizasse nas suas obras expressões em crioulo cabo-verdiano. Foi um dos responsáveis por dar a conhecer ao mundo as calamidades, secas, mortes em São Vicente e Santo Antão que grassavam todo o arquipélago na época.

Golfe

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Com a instalação das primeiras companhias inglesas de carvão em São Vicente no ano de 1850, a ilha abriu-se à navegação internacional. Os ingleses trouxeram uma forma de viver mais moderna para a cidade e novas práticas desportivas como o golfe, o críquete, o ténis e o futebol. Facto curioso que os mindelenses nunca foram admitidos nos clubes ou atividades inglesas, mas observavam com curiosidade as excentricidades e novidades, apreendendo e criando condições para que pudessem também praticar o Golfe na ilha. O Clube de Golfe situa-se às portas da cidade num vasto terreno de terra batida com acácias. Em 1920 chamava-se St. Vincent Golf Club, em 1969 passou a Club Anglo-Português e em 1975 Clube de Golfe de S. Vicente. Se a princípio era uma atividade restrita aos estrangeiros, logo a população local se aproximou, apropriou-se e deu um sentido bastante inusitado ao desporto, destacando a Ilha de São Vicente no cenário mundial.

Mandingas

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A tradição dos mandingas chegou a São Vicente e por lá ficou ganhando raízes e contagiando toda a nação cabo-verdiana. Reza a História que uma comitiva de bailarinos vindos das verdejantes ilhas do arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau, desembarcou em 1940 no Porto Grande na ilha de São Vicente, numa viagem que os levaria a Portugal para uma exposição. Terão dado um espetáculo na zona da Salina, hoje Praça Estrela, que terá causado um grande impacte nas curiosas e criativas gentes da cidade do Mindelo. Logo no Carnaval seguinte havia mindelenses vestidos a imitarem esses bailarinos e as suas danças africanas que caíram no gosto do povo, particularmente nas zonas periféricas, onde a simplicidade das vestimentas e dança foram aceites. Em 2023, completar-se-ão 83 anos da história dos Mandingas do Mindelo. Uma história que resistiu durante tempos, tornando-se no que é hoje, uma forte referência cultural da ilha.

Carnaval

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A tradição do Carnaval na ilha de São Vicente vem de tempos longínquos. Embora sem a carga sensual da atualidade, pensa-se que a tradição carnavalesca do Mindelo tenha tido as suas origens no século XII, fruto das influências do Entrudo português. No entanto, à semelhança de outras culturas e tradições, foi evoluindo ao longo dos anos, principalmente devido ao cruzamento de culturas que o Porto Grande se encarregava de unificar. É uma festa que se realiza anualmente e que reúne a simpatia de todos os habitantes da ilha e de curiosos vindos de todos os cantos do mundo. Caracteriza-se por um desfile de carros alegóricos, marchas, música e dança, e integra elementos que fazem parte da cultura e da história da ilha. Para os habitantes de São Vicente, o Carnaval é a altura do ano em que o convite à partilha se alarga. São três dias em que toda a cidade vive um ritmo extasiante onde todos participam.

Palácio do Povo

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O Palácio do Povo, anteriormente o Palácio do Governo, é um edifício público no centro histórico da cidade do Mindelo que revela o encanto arquitetónico de uma antiga cidade colonial. Está situado no extremo leste da Rua Libertadores de África. Foi construído em 1874, quando havia planos de mudar a capital de Cabo Verde para São Vicente. Após a Independência, o Primeiro-ministro Pedro Pires fez aí a apresentação do primeiro “Programa do Governo da República de Cabo Verde” e passou a chamar-se Palácio do Povo. Foi o Palacete do Governo e Casa do Estado-maior, uma das primeiras obras feitas na cidade do Mindelo.

Clube Sportivo Mindelense

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Trata-se de uma associação desportiva, recreativa e cultural fundada em 8 de outubro de 1919 na atual cidade do Mindelo. É o clube de futebol mais antigo de Cabo Verde e de toda a África Ocidental. Em 2019, o clube tornou-se centenário, trazendo consigo vitórias, superação e resiliência ao longo dos tempos.

Farol de D. Amélia

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Também conhecido por farol da ponta Machado ou farol de São Pedro, localizado no lado oeste da Ilha de São Vicente, na ponta Machado, a cerca de 3 km a oeste da aldeia de São Pedro. Construído em 1894, é uma torre quadrangular com 14 m de altura, em alvenaria estucada, elevando-se da fachada sul de um edifício térreo. Todo pintado de branco com cunhais cor-de-rosa.

Clube de Ténis

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É o clube de Ténis mais antigo de Cabo Verde. Trata-se de uma associação desportiva, recreativa e cultural a caminho dos seus 100 anos de história no ano de 2022, recheada de vitórias, superação e resiliência ao longo dos anos.

Monte Cara

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O Monte Cara, que deve o seu nome ao facto do seu recorte fazer lembrar um rosto humano olhando o céu, é uma elevação com 490 metros de altitude, a oeste da baía do Porto Grande, em frente à cidade do Mindelo. É o ex libris da ilha e uma das 7 maravilhas de Cabo Verde.

“O futuro pertencerá àqueles que tiverem melhor memória, mantendo vivo o que de mais genuíno possuímos …”

- Provérbio Judaico

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