Os mitos e as histórias fazem parte da Cultura de um povo, contribuindo, em certa medida, na formação da identidade dessa Sociedade. Falar de São Nicolau sem falar das suas histórias e mitos é impensável. A ilha contém uma imensa riqueza de histórias guardadas e contadas pelos nossos avós e por pessoas sábias mas que, com o passar dos anos, se têm vindo a perder da memória coletiva do Povo.
Este novo projeto “NÔS IDENTIDADE” irá retratar de forma original e criativa a história de todas as ilhas do arquipélago através de frases, desenhos e simbologias que serão disponibilizados num pacote, t-shirt + folheto digital + saco ecológico.
O conceito da marca Sintonton Séb teve como origem "retratar o que há de melhor em Santo Antão" tendo nesta nova fase, valorizar e preservar o legado histórico de Cabo Verde.
Nota: A presente T-shirt sobre São Nicolau está sujeita a novas edições, sendo impossível contar toda a história da ilha numa única simbologia.
Uma das músicas mais emblemáticas de São Nicolau e de Cabo Verde, com muita ressonância no estrangeiro, é a morna Sodade do autor Armando Zeferino. Reza a tradição que compôs esta música nos anos 50 do século XX, na despedida de um grupo de amigos contratados para trabalhar nas “roças” de São Tomé e Príncipe. Face às suas características melódicas e conteúdo da letra, está morna tornou-se simbólica como representativa deste género da música cabo-verdiana. Anualmente organiza-se o chamado “Festival da Música Sodade” realizado na vila da Praia Branca pelo Município do Tarrafal.
Possui um fundeadouro e boas condições de ancoragem, onde a escala de navios à vela mantinham ligação com as ilhas vizinhas. De 1889 a 1890 foi construído o “Farol do Barril” e em seguida a casa para o alojamento do Faroleiro. Assim, em 1891, Barril passaria a ser servido por um Farolim lenticular. Hoje desativado, passou a ser apenas um importante ponto de referência da ilha.
Monumento natural conhecido por “Rotcha Scribida” (Rocha Escrita) que possui incrustado algo semelhante a caracteres de uma mensagem indecifrável que o tempo não apagou, mas que o imaginário popular se encarregou de criar vários mitos. Uma das atrações turísticas da ilha de São Nicolau.
Em 1935, António Assis Cadório e José Loureiro Rabaça desenvolveram uma das mais bem-sucedidas indústrias de Cabo Verde e que resiste até hoje. As conservas da Sucla são uma referência inegável da nossa cabo-verdianidade. Simples conservas de peixe, marisco e outras iguarias do mar que, ao longo de décadas, têm viajado da pacata ilha de São Nicolau para os 4 cantos do mundo, levando em pequenas latas de conserva, cheias de charme e personalidade, o melhor que há nos mares de Cabo Verde. Qualidade, simplicidade e tradição assim se resume esta marca 100% cabo-verdiana! E a sua linha gourmet, com conservas especiais de lapa, percebes, búzio e ovas- Made In Cabo Verde, não podia ser diferente.
Integrado no espólio do Museu da Pesca, encontra-se uma exposição fotográfica das várias fases do processo da caça à Baleia de que Tarrafal foi um dos principais pontos de apoio em Cabo Verde. Entre as peças museológicas expostas ao ar livre, destaca-se um canhão que foi usado na segunda fase da caça à Baleia, que então era principalmente empregue na alimentação.
O Museu de Pesca está instalado na antiga residência dos donos da Fábrica de Conservas de Peixe, inaugurada no dia 19 de julho de 2015. Este espaço museológico pretende resgatar a memória e história da pesca em São Nicolau, relacionando-se também com a caça à baleia e muitos países que também se dedicavam a esta atividade.
À saída do Tarrafal, caminhando em direção da vila da Praia Branca, encontra-se o “ Campo de Concentração” aí instalado em 1931, para receber os deportados políticos enviados de Portugal naquela altura. Depois de desativado, as suas instalações foram removidas para serem instaladas no Tarrafal de Santiago, pelo que ficou abandonado restando atualmente pequenas ruínas. Face ao seu interesse histórico, existe a preocupação de resgatar a fatia do nosso passado.
Nasceu em 31 de Agosto de 1956 em São Nicolau, considerado um homem “dotado de genialidade”, “visionário” e “futurista”. Paulino surpreendeu a todos quando se aperceberam que aos nove anos de idade estava à vontade no cavaquinho e no violão, um aprendizado adquirido apenas a observar os alunos da pequena escola de música que o pai mantinha em casa. De São Nicolau seguiu então para São Vicente para frequentar a Escola Salesiana onde recebeu o apelido de ‘menino-prodígio’. Mais do que um músico, um pensador, um estudioso, um pesquisador, um mestre e um maestro. Paulino Vieira foi o homem por trás do início de carreira de Cesária Évora, entre tantos outros artistas que ele levou a pisar os palcos do mundo.
Júlio José Dias (1805 – 1873, São Nicolau) formou-se em medicina em Paris, vindo depois a ser o primeiro Delegado de Saúde na sua ilha natal. Homem de grande estatura moral e generosidade, raramente recebia pelas consultas que concedia aos seus pacientes, tendo oferecido a sua nobre mansão para a instalação do Seminário-Liceu de Cabo Verde, retirando-se para uma moradia bem modesta no sítio de Cachaço, onde viverá até aos seus últimos anos. Em reconhecimento pelo que fez em prol do povo, a população da ilha mandou erguer, em alta coluna, o seu busto. Estimado como um dos mais harmoniosos monumentos da ilha, situado no coração da Cidade da Ribeira Brava, no largo do "Terreiro".
Antónia Gertrudes Pusich (1805 Preguiça, São Nicolau – 1883 Lisboa, Portugal) foi a primeira poetisa de Cabo Verde e de toda a Lusofonia, dramaturga, jornalista, pianista e compositora portuguesa. Foi também a primeira mulher em Portugal a fundar e dirigir um jornal e que nele ousou mostrar o seu nome verdadeiro e não um pseudônimo como era hábito na época. Colaborou em diversos periódicos como Paquete do Tejo, Revista Universal Lisbonense, tendo sido diretora e proprietária dos periódicos: Assembleia literária, Beneficência e Cruzada.
Baltasar Lopes da Silva (1907 Caleijão, São Nicolau – 1989, Portugal) aluno brilhante, depois da formação inicial no Seminário-Liceu de São Nicolau, estudou em Mindelo, completando os estudos secundários em Lisboa. Licenciado em Filologia Românica e Direito, regressou a Cabo Verde em 1930, onde lecionou como docente e depois como reitor, desempenhando um papel na formação de várias gerações que marcaram a história de Cabo Verde. Baltasar Lopes, fascinou a todos pela riqueza do seu caráter, pela coerência do seu percurso e pelo importante legado intelectual que deixou à nossa Cultura. Foi um dos fundadores da revista Claridade e do “Movimento Claridoso”, para além da ficção, ensaio, poesia, ensino e exemplo de militância cívica e política, esteve sempre na linha da frente de todas as batalhas por um Cabo Verde digno, livre e mais justo. Em 2007, foi preparada uma praceta que recebeu a estátua em homenagem à sua pessoa em Ribeira Brava.
Modje Manel Anton ou Modje é um prato típico da ilha de São Nicolau que como a maioria das comidas cabo-verdianas, é muitas vezes feito em grandes quantidades para comemorar uma ocasião ou para alimentar uma família numerosa. Embora a carne de cabra seja tradicionalmente usada nesta caldeirada, existem outras variações. O cordeiro é outra carne comumente usada no modje, mas alguns cozinheiros preferem usar carne ou frango acompanhado de mandioca, batata inglesa, batata doce, banana-verde e inhame.
O Carnaval da ilha de São Nicolau apresenta caraterísticas especiais em todo o Cabo Verde e, pela sua genuinidade, desperta muito interesse tanto no país como no exterior. O Carnaval da ilha envolve os grupos espontâneos e organizados, as escolas, os jardins-de-infância e os grupos informais, todos preparando-se para os festejos durante quatro dias de verdadeira folia. Os grupos carnavalescos apresentam-se eufóricos, numa animação que contagia a multidão que, animada, acompanha o desfile pelas estreitas ruas da cidade-vila em direção do largo do Terreiro. Os grupos carnavalescos de São Nicolau nunca aceitaram concursos oficiais para a atribuição de prémios. Pelo contrário, existe uma sã convivência entre os membros dos diversos grupos, ao ponto de haver um ritual que consiste na permuta de visitas mútuas e troca de oferendas na última noite dos festejos, algo único em todo o Cabo Verde.
Acontece a 13 de Junho um conjunto de cerimónias. Para além da missa, sermão e profissão, inclui a parte profana constituída pelo animado rufar cadenciado dos tambores, característicos das festas juninas, acompanhado da dança do “cola Sonjon". Complementarmente organizam-se regatas de botes, concursos de natação e passeios à volta da baía.
Estrategicamente posicionado no cimo do Monte Videu, foi construído em 1820, na tentativa de fazer face aos constantes ataques da pirataria que infestavam os mares de Cabo Verde. Todavia não teve grande atividade na defesa da ilha, porque em pouco tempo foi parcialmente destruído pelos invasores e viu os seus canhões desmontados.
Junto ao Forte Príncipe Real foram implantados dois padrões, um construído em 1967, em comemoração do quinto centenário do nascimento de Pedro Álvares Cabral e o segundo padrão foi implementado no recinto do forte, para comemorar os 500 anos da passagem junto da ponta leste da ilha de São Nicolau da armada comandada por Pedro Álvares Cabral em 1500, a caminho da Índia, tendo sido empurrada pelas correntes para o Brasil.
Foi edificada em 1939, com o fim de regulamentar a vida administrativa local. Erigida na Ribeira Brava, a Câmara Municipal albergou vários serviços públicos como o Tribunal, a Fazenda e a Recebedoria Pública, os Serviços do Notariado, o Registo Civil e os Correios, tendo ao longo dos tempos sofrido várias intervenções de reconstrução e remodelação.
Situado no Caleijão, o edifício destinava-se a acolher os alunos internos do Seminário-Liceu durante as férias de verão, porque nessa altura do ano a Ribeira Brava apresentava um clima muito quente. Após o seu encerramento, o edifício ficou devoluto, vindo mais tarde a servir de prisão de alemães durante a 2ª Guerra Mundial. No entanto, devido à fome gerada pela falta de chuvas, em 1943, foi transformado no Orfanato Rainha Santa Izabel, que acolhia jovens do sexo feminino órfãs. Em ruínas nos dias atuais, o antigo edifício ainda se encontra orgulhosamente de pé, estando previstas obras de restauro e readaptação a novas funções.
Fica situado numa das extremidades do Centro Histórico da Ribeira Brava. O edifício foi inicialmente uma antiga residência colonial, propriedade de um dos grandes vultos da ilha, o Dr. Júlio José Dias que o disponibilizou para o dedicar a novas funções. Esta Instituição destinava-se não só à educação do clero, mas também ao ensino secundário e superior de laicos. Foi a primeira Escola do Ensino Superior da costa ocidental africana, aberta à sociedade civil que vingou. Transformou-se numa espécie de farol da cultura em Cabo Verde e foi o grande exemplo da implementação do ensino com sucesso no arquipélago, lançando as bases para a construção da “intelectualidade cabo-verdiana". Nos bancos do seminário passaram figuras incontornáveis que se destacaram em diversos campos.
Na zona de Fajã de Cima, encontra-se uma mancha de dragoeiros, considerados um dos emblemas da flora natural de São Nicolau, sendo nativos nos arquipélagos que constituem a Macaronésia. O dragoeiro é uma espécie em vias de extinção, tendo encontrado nesta ilha o seu habitat, uma vez que ali se reproduz espontaneamente. Referenciada desde os primórdios da ocupação do arquipélago, esta planta pode atingir centenas de anos. A sua seiva é utilizada na coloração da aguardente e na medicina. De realçar que a ilha apresenta a maior população desta espécie em todo o mundo, o que constitui um motivo de atração turística.
O bairro mais antigo da Ribeira Brava, tendo em conta as suas ruas estreitas e o tipo de edifícios que as ladeiam, num conjunto com características medievais, que dão conta da sua antiguidade. Merecedora de uma demorada visita para apreciar as suas particularidades.
O Monte Gordo, com 1.312 metros é uma montanha de formato arredondado situada na parte oeste da ilha de São Nicolau e que ocupa uma área de aproximadamente 952 hectares. Constitui uma das mais representativas amostras dos ecossistemas húmidos de montanha passíveis de exploração agrícola em sistema de sequeiro em Cabo Verde. Esta caracterização justificou que fosse elevado à categoria de Parque Natural. Um dos lugares mais aprazíveis para caminhadas, visitas guiadas e realizações de encontros científicos, culturais e recreativos, dispondo para tal de infraestruturas para pernoitar.
Chamada cientificamente de Phytolacca Dioica, é uma árvore frondosa que ladeia o largo da Assomada do Cachaço e que oferece uma sombra agradável, onde os visitantes que se deslocavam às festas de Nossa Senhora do Monte da Cintinha se instalavam para descansar e conviverem em bem fornecidos piqueniques. Esta espécie está hoje praticamente em vias de extinção.